O setor de orgânicos, pouco a pouco, começa a ganhar o
interesse dos brasileiros. Se nos alimentos a procura por esses itens naturais
já registra um crescimento considerável – 25% em relação a 2013 – e a categoria
possui uma regulamentação em vigor, no setor de cosméticos os avanços ainda não
chegaram a esse grau de maturidade. Além de concorrerem com grandes marcas
tradicionais do ramo, os produtos de beleza orgânicos não possuem uma
legislação específica nem registro na Anvisa. Ainda assim, vem aumentando o
numero de empresas dispostas a atuar de forma a causar menos impacto no meio
ambiente e a recorrer ao termo NATURAL.
Esse crescimento é reflexo de uma cultura que surge a partir
da mudança do comportamento do consumidor. Cada vez mais informado, ele passa a
cobrar das empresas atitudes que sejam compatíveis com o meio ambiente e que
tragam benefícios mais reais durante o uso. A preocupação com a
sustentabilidade precisa estar presente não apenas na confecção da embalagem,
mas em todo o processo de produção, incluindo o tipo de colheita da
matéria-prima que será usada. Segundo estudo da Organic Monitor, o setor de
cosméticos orgânicos movimenta cerca de US$ 9 bilhões em todo o mundo,
representando 2% do mercado total.
Se na alimentação são, muitas vezes, as intolerâncias que
levam as pessoas a procurarem por itens com apelo de saudabilidade, na beleza
são algumas alergias ou descobertas de malefícios de compostos químicos que
fazem com que a pessoa busque experimentar um produto diferenciado. De acordo
com o Instituto de Marketing Natural, o grupo consumidor de orgânicos e
naturais é formado por pessoas com faixa etária mais avançada e com níveis
cultural, financeiro e educacional mais elevados, cientes do impacto do uso
deles.
Por outro lado, o interesse em conhecer uma nova marca, que
apresente uma proposta de engajamento, existe entre consumidores ocasionais
também, que em algum momento estão dispostos a pagar mais caro por curiosidade.
Os empresários desse ramo, muitas vezes, são ligados a
causas sociais e ambientais. Por isso, a maioria não realiza testes em animais
– ação que ainda é recorrente nas marcas tradicionais de beleza. A preocupação
com o descarte correto de resíduos também é uma constante, que cada vez mais
começa a ser considerada no momento em que se adquire um batom, sabonete,
esfoliante ou desodorante. Esses são itens utilizados com frequência e que
geram uma quantidade considerável de lixo.
Fonte: Mundo do Marketing
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